CARÊNCIA DE LIDERANÇAS

“Líder: indivíduo que tem autoridade para comandar outros. Pessoa cujas palavras e ações exercem influência sobre o pensamento e o comportamento de outras. Pessoa que se encontra à frente de um movimento político, filosófico, religioso etc.

Estas são definições do Houaiss sobre LÍDER. Algumas palavras-chave: autoridade, comando, influência, à frente de…

Uma das maiores carências das nossas empresas: líderes. Gestores em qualquer nível hierárquico que tenham autoridade natural (DE FATO, e não somente DE DIREITO), exerçam comando sobre suas equipes tendo-as “na mão”, influenciem mentes, corações e comportamentos e que estejam à frente de seus times no campo de batalha.

RH não precisa pensar muito sobre o perfil dos líderes. Ele está descrito no parágrafo acima. Ah, faltou um atributo: líder é aquele que coloca o bem da empresa acima de seus interesses pessoais. Isto significa que o líder se expõe e tem coragem de ser franco com seus superiores e com sua equipe. Tem habilidades de comunicação, é focado, impõe ritmo e qualidade no trabalho, atua com altos padrões de exigência, é orientado para resultados, organizado, estudioso, adere aos valores da empresa, é concentrado, ignora horários, sendo extremamente disponível, sabe trabalhar sobre pressão, lida com a frustração, tem e exige disciplina e manifesta interesse genuíno pela empresa e pelo cliente, além de gozar de excelente preparo físico.

Utopia, você deve estar pensando. Um ser humano com todas as características acima seria um super-homem ou uma super-mulher. É verdade! Porém, as empresas precisam de gestores que se aproximem no máximo grau ao perfil descrito. Difícil? Muito! E mais difícil é quando as organizações não têm qualquer processo de DESENVOLVIMENTO GERENCIAL E DE LIDERANÇAS. Mais de 90 % das empresas não têm qualquer programa de treinamento nesta área ou fazem cursos isolados e sem um propósito bem identificado. O resultado é óbvio: gestores completamente despreparados para a função, tendo apenas uma boa habilidade técnica, o que está longe de caracterizar um bom líder. Como a liderança é fraca, as equipes também o são. Bons funcionários são abafados pelos chefes desqualificados e medrosos com a “sombra” e maus funcionários são mantidos. Ao invés de injetar em suas veias uma infindável quantidade de talentos e líderes, as empresas se entopem de gente sem preparo. Os gestores (aqueles que deveriam liderar) comportam-se como meros capachos de seus chefes, pouco ou nada contribuindo para a evolução da empresa. Concordam, concordam e concordam com diretores e proprietários, lesando-os continuamente.

Apontar um problema sem apontar a solução é terrorismo. A solução para este problema grave de falta de lideranças é óbvio: selecionar pessoas com perfil e desenvolvê-las com  um programa de treinamento forte e contínuo. O segredo? CONTINUIDADE. Ministrar um curso eventualmente para quase nada serve. Ter um programa sistematizado, com medidores e provas é uma solução simples. Às vezes, as áreas de RH e os proprietários não enxergam esta obviedade e tentam “abraçar árvores”, fazer cursos “ecológicos”, escalando muros e descendo rios, praticando programação neurolinguística ou contratando psicólogos completamente “fora da casinha” em relação a um ambiente empresarial.

Este é um “segredo” conhecido por uma seleta minoria de empresas que gostam muito da palavra “lucro”.

 

Paulo Ricardo Mubarack (consultor de gestão, qualidade, administração de pessoas, rh, iso9001 e autor do livro empresas nuas)

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